
12 Abr Subtração

SUBTRAÇÃO, título da exposição, coloca sob suspeita a ambiguidade entre a abstração e a representação.
As obras de Stefano Riva assentam em coordenadas espaciais e cromáticas que, desde logo, as instauram como realidades em si mesmas. São composições-possibilidade, são espacialidades por vir.
Não seria necessário dizer-se que as suas obras são constituídas de matéria e fisicalidade, mesmo quando não querem ser construção. Ou que os seus questionamentos procuram no plasticismo figurativo fazer incursões no campo da arquitetura.
É, pois, através da experimentação da forma, das potencialidades cromáticas, da sobreposição de camadas de papel que desafiam a transparência e prometem a tridimensionalidade ou de pinceladas de tinta espessa que denotam diferentes tempos de atuação sobre a pintura, que Stefano Riva faz um caminho de permanente subtração e depuração.
Ao invés de um entendimento do espaço como projeto, Riva faz da segregação do espaço o próprio processo, seja por via do espaço real e absoluto ou da ambição pela natureza ideal e subjetiva.
Subtração poderá consistir em ficar detido no exercício inconformado de depuração, na procura da possibilidade, ou quiçá, na perscrutação da liberdade.
-texto de Soraia Fernandes-
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